04.04.2016
João Barata, 34 anos, o homem acusado de esfaquear mortalmente o filho, bebé de seis meses, em abril do ano passado,
em Linda-a-Velha, Oeiras, disse esta segunda-feira ao tribunal de júri que o julga em Cascais, não recordar ter morto o filho.
"Se eu matei o meu filho, então sou um monstro, mas nunca faria mal a um filho meu", afirmou João Barata que, finalmente, rompeu o silêncio nesta audiência de julgamento.
Questionado
pela juíza se foi ou não o autor do crime, Barata disse que não se
recorda, mas que não pode ter sido ele. "Não consigo dizer se pratiquei
[o crime], porque não me lembro. Se eu matei o meu filho, então eu sou
um monstro, mas eu nunca faria mal a um filho meu. Mais depressa faria a
mim do que a ele", assegurou ao tribunal.
Garantiu, ainda, não recordar muitos episódios que constam na
acusação, incluindo as videochamadas à ex-companheira com ameaças de
morte ao filho bebé e a sua detenção pela polícia.
Nesta sessão foi também ouvida a psicóloga que avaliou João Barata na cadeia. A especialista assegurou que ele sofre de
"perturbação psicótica".
Ainda de acordo com a mesma psicóloga, a tragédia terá acontecido durante uma "psicose reativa"
do arguido, que pode justificar o ato e perda de memória."Era um indivíduo doente psicologicamente e ainda é", disse a especialista.
E precisou, no seu depoimento: "À
data dos factos, era um indivíduo doente psicologicamente e ainda é.
Constatei cientificamente que ele não se lembra do que fez". Segundo a
psicóloga, "qualquer indivíduo com o estado
psíquico semelhante ao dele não tem consciência daquilo que faz".
As alegações finais terão lugar no próximo dia 11 de abril, pelas 15h00.
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